EVENTOS E CONCENTRAÇÕES
02-04-2011
43º Encontro (Monção - Encontro de aniversário)
Realizou-se nos passados dias 1/3 de Abril o Encontro do 14º aniversário do
Clube Lusitano do Automóvel Clássico que decorreu no Alto Minho na bela Região de Monção.
Tratou-se do XLIII Meeting Nacional do Clube que, embora realizado bem a Norte, não impediu
a presença de 36 Antigos e Clássicos oriundos de todo o país, alguns de bem longe.
Nas viaturas presentes cerca de 60% eram Opel, destacando-se a “armada” City com 5 unidades.
As viaturas mais imponentes foram seguramente um Citroen B14 Torpedo de 1927 do nosso Associado
local Miguel Mendes e um MG Midget J1 de 1932, ficando a internacionalização do Evento assegurada
por um espectacular Jaguar E da década de 60 proveniente da vizinha Espanha.
Como sempre a carrinha do Clube uma Opel Rekord C Clube de 1967 esteve presente conduzida pelo
Associado Carlos Augusto. A nossa carrinha, “mascote” do Clube, é utilizada como apoio mecânico e
para o Check-in dos Eventos.
O programa foi magnífico e contou com vários apoios de entidades locais, nomeadamente da respectiva
Autarquia. Além de uma magnífica recepção da casa do Curro – Paço do Alvarinho - pelo
Exmo. Sr. Vice-presidente da Autarquia e de um Alvarinho de Honra será importante referir uma visita
guiada às Muralhas históricas de Monção onde todos podemos conhecer a beleza das mesmas e ficar
por dentro da lenda da heroína local Deu-lá-Deu Martins, visitando inclusive o local onde se encontra
o respectivo túmulo.
Importante referência ainda para uma pequena visita por terras de Espanha
em Salvaterra do Minho e bem assim a uma visita guiada ao Imponente Palácio da Brejoeira, um local
espectacular e agora aberto a visitas. Sem dúvida um momento muito especial até porque a qualidade
da visita é assegurada pelos vários guias que o Palácio dispõe.
Na terra do Alvarinho terminar um Evento teria de ser com mais um pequeno copo para despedida. Assim
na Adega Provam todos os participantes tiveram a oportunidade de provar o precioso néctar directamente
da “pipa” e ainda um espumante para despedida.
Mais um excelente Evento que prova a importante associação entre os Clássicos, a Cultura e a gastronomia.
Os nossos especiais agradecimentos
à C.M. Monção, à empresa INOVA, à Adega Provam, ao Hotel Rural Convento dos Capuchinhos e ao nosso
especial Amigo e Associado Miguel Mendes por todo o trabalho desenvolvido na organização e colaboração
deste fantástico Evento.
Pela importância da história de Deu-lá-Deu Martins aqui fica uma pequena
referência à sua história: o brasão de armas de Monção perpetua uma figura portuguesa do tempo das
guerras de D. Fernando, Rei de Portugal, com D. Henrique de Castela, no longínquo século XIV: em campo
branco uma torre, no alto da qual entregue um vulto de mulher, em meio corpo, segurando um pão em cada
uma das mãos; Deu-la-Deu Martins, a mulher do capitão-mor de Monção, Vasco Gomes Abreu, que pelos
dos actos de bravura que fizeram dela a heroína e o símbolo desta vila nortenha.
Estava-se em guerra
e Vasco Gomes de Abreu ausentara-se em serviço do Rei de Portugal e o adiantado de Galiza, D. Pedro
Rodrigues Sarmento, general de Henrique Castela, decidiu aproveitar a ocasião e pôr cerco a Monção
com um poderoso exército. A vila aguentou o cerco apesar da falta de recursos de todo o género.
Deu-la-Deu tomou o comando da praça, lutou ao lado dos seus homens, encorajou os vacilantes
desesperados, assistiu os feridos, desmultiplicou-se, sem um momento de desânimo e sem uma vacilação.
Porém, intramuros, esgotava-se tudo, lentamente: os recursos militares, a comida, os próprios
homens e a coragem também. O desespero descia sobre espíritos e corpos massacrados por dias e dias
de expectativa.
E foi num desses momentos de desespero que, lúcida, Deu-la-Deu mandou recolher a
pouca farinha que ainda existia na vila e com ele fazer alguns pães. Prontos os pães, Deu-la-Deu
subiu à muralha com eles na mão. Chegou-se a uma ameia e jogou-os aos sitiantes, ante o espanto dos
seus conterrâneos, sem forças para mais do que pasmo, gritando bem alto:
"A vós, que não podendo
conquistar-nos pela força das armas, nos haveis querido render pela fome, nós, mais humanos e porque,
graças a Deus, nos achamos bem providos, vendo que não estais fartos, vos enviamos esse socorro
e vos daremos mais, se o pedirdes!"
Na verdade, também o inimigo tinha fome, muita. Por isso face
àquele esbanjamento de pão, acreditaram na fartura dos sitiados e levantaram cerco, partindo
para terra de Espanha.